quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Bom exercício de memória
Regular
Regulamento
Regulamentar
Regulamentário
Regulamentação
Regulamentacionar
Regulamentacionário
Regulamentacionamento
Regulamentacionamentar
Regulamentacionariamente
Regulamentacionamentariamente
Poeta - Afonso Lopes Vieira
SONETO
Era uma vez uma erva, uma sozinha,
Que vivia sem água e sem calor;
Quem passava não via a pobrezinha,
E que visse: pisava-a, sem amor.
O seu corpinho verde, que não tinha
Bebido a chuva nem o sol em flor,
Morreu: e a erva mísera e mesquinha
Estendeu-se no chão, seca de dor:
Andava ali, naquela ocasião,
Um amoroso passarinho
Que construía o ninho com paixão
E o destino da erva foi diverso:
Leva-a no bico a ave p'ra seu ninho,
E dela faz a renda para o berço.
Anotações
Arranca o estutário uma pedra dessa montanhas, tosca, bruta, dura, informe, e, depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o cinzel na mão e começa a formar um homem,primeiro membro a membro e, depois, feição por feição, até à mais miúda: ondeia-lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe aos braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos;aqui desprega, ali arruga, acolá recama, e fica umhomem perfeito e talvez um sañto que se pode pôr no Altar.
"Padre António Vieira"
Anotações
In " O cavalo a tinta da china" de Baptista Bastos, pág. 54
Ed. Planeta Agostini - 1995
ANOTAÇÕES
]........[ - No outro dia estava aqui, no café, sozinho, passou uma pessoa desconhecida e eu pedi-lhe: "Pode ao emnos sentar-se aqui comigo, pa~ra que eu não me sinta só?". A pessoa olhou-me com surpresa e desdém, respondeu: "Que disparate! Parece que é parvo!". As pessoas são como são e as coisas são assim. Mas todos nascemos inocentes. Ou não?
In " O cavalo a tinta da china" de Baptista Bastos, pág. 52
Ed. Planeta Agostini - 1995
Conto de Wenceslau de Morais (Japão)
Chorarão as aves?
Ora, eis aqui uma curiosidade sentimental, que
ressalta da comparação das duas diferentes formas de linguagem.
Nós dizemos, e connosco muito outros: - as aves cantam.
Os japoneses dizem: - tori ga naku (as aves choram).
Restaria agora averiguar, se possível fosse, quem é que tem razão, se nós, se os japoneses; se efectivamente as aves cantam ou se efectivamente chorão.
Para o caso das aves cativas - o rouxinol ou o pintassilgo na gaiola, por exemplo, - parece-me não restar dúvida de que os japoneses se aproximam mais da verdade do que nós.
Assim diligenciando penetrar nos segredos psicológicos da bicharada alada, não julgais que ave cativa chore e não cante?
Chore a sua liberdade perdida, chore as apoteoses das auroras, chore dos campos floridos e perfumados, chore a ave companheira que venha pousar no mesmo tronco, chore os cuidados dos ninho, chore os chilro dos filhitos implumes?
Mas talvez possamos ir mais longe, e dizer que a ave, em quaisquer condições em que se encontre, chora, não canta; e que nós cantamos, choramos; e que a cigarra chora, e que as águas choram, e que as brisas choram.
Isto equivale a atribuir ao verbo cantar uma significação inconfessada, a de chorar, porventura mais justa do que aquela que os dicionários lhe conferem; e então a inteira harmonia acústica no universo das coisas, dos brutos e dos homens, não seria mais do que um imenso hino de angustia,, de saudades, angustias e saudades dos aspectos passados, de outras existências vividas, de remotos amores extintos...
A hipótese sugere a possível confirmação plena da denominação de vale de lágrimas, que o povo atribui algumas vezes a este mundo...
Tori ga naku: as aves choram...
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
* FUGA *
* FUGA *
Um pardalito
Morre!
Porquê?
Só sei que
O homem o matou.
Atropelou-o.
Esta morte
Parece
Insignificante.
Mas, não é.
Apenas lembra
a fuga do homem
À Natureza.
Porque se esqueceu
dela?
* REFLEXÕES *
I
O refúgio na metafísica será uma fuga
à realidade quotidiana?
II
Os problemas diários,
quer os simples
quer outros, são ignorados,
dada a sua qualidade não ser aceite.
* Imaginação *
Imaginação
Pressupõe infinito.
Que é, portanto,
Sem limites no tempo e espaço.
Modificando "tudo" num ápice.
Num tempo que não é tempo.
Nos resquícios de uma amálgama que fundida na
diversidade, fica apurada e simples, tudo que o infinito
comporta ou não.
Se " a imaginação tem mais valor que conhecimento", esta é
assumida, portanto, como única?
E, depois, como aceitar uma só?
Bem, aqui também se pode colocar o infinito na mesma condição.
E. aí, é que está o problema, se assim se pode nomear, fica ambíguo.
Ou, então, sem solução aparente.
Questão esta, posta assim, requer um pseudo conhecimento ou imaginação.
Aquele é fixo e a outra bastante flexível.
Pois não está comprometida a regras ou outras determinações.
Será livre, no entendimento literal do termo.
* Nótulas *
" O estado é profundamente anticultural e a cultura é visceralmente antiestatal."
- Jean Duvignnaud - Sociólogo francês.
* Nótulas *
" (...) Nunca o progresso foi tão veloz. Mas seja qual for o nosso grau de conhecimentos ou de ignorância (que é já importante, pois supõe informação e exigência) aquilo de que menos sabemos é o homem. (...)"
- Urbano Tavaraes Rodrigues - in " Seara Nova Nov./71
- Urbano Tavaraes Rodrigues - in " Seara Nova Nov./71
* Nótulas *
" A arma do conhecimento é a razão, mas filtrada pela afectividade "
- Urbano Tavares Rodrigues - in "Seara Nova " Nov./71
* Nótulas *
" A ignorância é o pior de todos os males e a inveja a mãe de calúnia"
In "História do cativeiro dos presos de Estado na Torre de S. Julião da Barra de Lisboa durante a
desastrosa época da usurpação do legítimo governo constitucional deste Reino de Portugal"
Livro de João Baptista da Siva Lopes - ed. Europa América vol. 203 - Colecção "Estudos e Documentos"
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
* VENTO+TEMPO+AMOR *
* VENTO+TEMPO+AMOR *
- O tempo.
- O vento.
Quando nasceram?
- O amor.
Como nasceu?
Para mim, o tempo, o vento e o amor, não nasceram.
Eles já haviam antes.
Pois, são invisíveis, mas belos.
Quem quer sente-os.
* COSMOGRAFIA *
* COSMOGRAFIA *
No vazio
Existe o nada.
É algo intemporal,
Cuja exegese
Confina no infinito,
Sem local definido,
Sem domínio absoluto,
Que existe na razão humana.
Aqui o absoluto
É inexistente,
Porque o nada,
Existe no absoluto.
Transforma a mente humana
E, ultrapassa domínios
Imaginários da razão.
Sucede a transmutação
De mente sã e de normalidade.
Se bem que todos os princípios conhecidos serão fugazes, dentro de uma análise racional da mente humana.
O infinito aparece, então, com fim no imaginário real. No pensamento exógeno, a ideia sai conhecida pela fala ou pela escrita.
O entendimento dessa imagem do pensamento, que viaja dentro da mente humana.
Cuja razoabilidade coloca-o no espaço visível, mas, que see quer visualizar imagem real.
Mera estrutura iniciada com base irreal, reflete a existencial causabilidade invisível e, não aceite.
Dado ser difícil a compeensão conceptual de situações no espaço intemporal, no vazio e no nada.
O que transporta as situações para local situado num espaço desconhecido e irreal. Portanto, para o infinito. Uma vez partindo ou chegando de local desconhecido, o entendimento ficará toldado na compreensão e, abandona a racionalidade. E, muda-se para situação irreal. Onde o inexistente existe, sem forma ou pensamento. Então, sonega a ideia livre, sem objectivo, limite ou domínio.
Verificando-se que o nada é, apenas ideia mutante, no instante cujo domínio está ignoto.
Aqui sai um sentido sem sentido.
A oportunidade não é existente. É vazia. Mas endógena.
Esta mutação é um tempo não limitado, de espaço, mas dirigido ao infinito.
Nestas linhas, poder-se-á encontrar nada de objecto verificãvel no material. Mas, também está inexistente qualquer domínio. A contradição aparente sucede ao domínio real ou invisível. De material, mas com forma verificável. Torna-se numa visão de objecto inexistente num espaçonão reconhecido e, existente no infinito. Aqui não existe o tempo ou objecto formal.
* Movimentos *
* Movimentos *
À mesa de café
sentámo-nos.
E, vemos
como fúteis
como fúteis
são os movimentos.
Aí está,
resumidamente,
a viagem ao infinito,
sempre fugaz,
mas descompressiva.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
*TRANSPORTAVISÃO MITOLÓGICA*
terça-feira, 8 de setembro de 2009
* Apontamentos sobre leituras *

Estava eu a ler um livro Eça de Queiroz, quando li palavras que desconhecia por completo. E, delas, uma das que me chamou mais à atenção foi: "sicite". Claro que fui consultar o meu velhinho dicionário do "Torrinha", utilizado há bastante tempo, durante o período de estudo escolar, na também velhinha escola Oliveira Martins, da rua do Sol. E, o significado apareceu: é vinho feito de figos.
Não sei, ainda, onde se produz e se o gosto é agradável. Mas, oportunamente, iniciarei a pesquisa e ver a possibilidade de degustar esse néctar.
Outras mais apareceram. São: sicómoro, sicofanta, sarmento, vergel e pórfiro. Nova consulta ao dicionário, e o correspondente significado para cada uma.
Assim:
Daí que, se pode concluir que uma leitura de um qualquer livro, nos poderá transportar a um espaço dantes ignoto para outros contornos já bastante defenidos e mais verosíveis.
Verifica-se então, uma viragem no percurso que se iniciara, em que o desconhecido teria uma identificação pouco definida onde a ignorância é evidente. Mas com uma simples consulta o então obscuro, nubloso ou tenebroso, fica modificado definitivamente. Este tipo de atitude pressupõe uma racionalidade onde o conhecimento é vitorioso.
Toda esta "pseudo" reflexão é apenas uma consideração ao benefício que a leitura pode trazer a todas as pessoas. Não é, como alguns dizem e, quiçá pensam em darem à leitura uma prda de tempo, sem benefícios imediatos. Ora esses tais "maus" benefícios não são de índole material, mas sim BONS, no sentido mais lato. A leitura pode levar as pessoas a utilizarem o que melhor existe na pessoa humana. Eleve o pensamento, a imaginação e a memória. Pelo que, desloca-nos de um ambiente real para locais, onde esse ambiente é, significatiamente diferente do local onde permanecemos normalmente.
A sua diversidade, isto é, a visão nova, quer no aspectoreal e presente, poderá empolgar os sentidos e estabelecer análises comparativas, onde a memória conjugada com a imaginação provocam, sem dúvida, o arquétipo de uma "mélange", onde está presente o belo e feio e o bom e o mau. Mas, também, o amor e o ódio. Bem como alguns sentimentos, de sinais iguais ou contrários.
Assim, nesta estrutura estará presente, em primeiro lugar a personalidade de cada ser humano. Onde a complexidade é permanente e, por isso, tornaesta abordagem bastante difícil, mas que, no entanto,além de fantástica é aliciante falar ou desenvolver o tema. Quase todas as pessoas, são levadas a este tipo de situações quando lêm um livro. Porém, não não se pode mencionar como certa a situação ou situações referidas, mas sim, aceitar que haja quebra neste pricípio. Uma coisa é certa, ler é, sem dúvida, um benefício. Dá mais conteúdo à análise, mesmo que empírica, de situaçõesinverisímeis ou obscuras. Isto é, no aspecto objectivo e/ou subjectivo, os resultados dos comportamentos poderão ter como base de entendimento o conhecimento ou a imaginação, então utilizados para a solução das situações presentes.
Então poderemos dar combate à IGNORÂNCIA que campeia na sociedade actual. E parafraseando o nosso grande sociólogo "António Sérgio", por sinal bastante esquecido das novas gerações, e, ignorado e pouco divulgado como homem da ciência social, que foi sem dúvida e ainda é, um dos garndes vultos da chamada nossa "inteligência". Ele nas sua variadíssimas reflexões disse: " os avanços da tecnologia tornam cada vez mais necessário a cultivação das forças morais ".
Entretanto faço esta pequena observação: o que escrevi até ao momento, não será novidade para alguns, mas parece-me que para outros é, totalmente, ignorado. Porquê? poder-se-á interrogar. Mas a resposta não virá célere. Essa pergunta gera, por norma, uma panóplia de questões, que por sinal se apresentam de molde a complicar, tendo por baseuma espécie de raciocínio cartesiano. Onde tudoé analisado da perpectiva do " cogito, ergo sum ". q que deveras é de um nível racionalista extremo. Ficando tudo relativizado àquele princípio. Assim sendo,escondido fica o sentido dado pelos professores quefazem com que a IGNORÂNCIA seja mantida durante omáximo tempo possível.
Não sei, ainda, onde se produz e se o gosto é agradável. Mas, oportunamente, iniciarei a pesquisa e ver a possibilidade de degustar esse néctar.
Outras mais apareceram. São: sicómoro, sicofanta, sarmento, vergel e pórfiro. Nova consulta ao dicionário, e o correspondente significado para cada uma.
Assim:
- sicómoro, é uma árvore cujo fruto é semelhante ao da figueira;
- sicófago, é aquele que se sustenta de figos;
- sicofanta, um delator que existia na antiga Grécia que transportava figos para fora da Ásia contra aas determinações da lei e, também pode significar uma pessoa que denuncia falsamente, que acusa, etc.;
- sarmento, é o rebento de vide ou de outras plantas e, também, a haste da planta trepadeira;
- vergel, um horto para recreio onde há jardins e pomares;
- pórfiro, é uma espécie de mármore.
Daí que, se pode concluir que uma leitura de um qualquer livro, nos poderá transportar a um espaço dantes ignoto para outros contornos já bastante defenidos e mais verosíveis.
Verifica-se então, uma viragem no percurso que se iniciara, em que o desconhecido teria uma identificação pouco definida onde a ignorância é evidente. Mas com uma simples consulta o então obscuro, nubloso ou tenebroso, fica modificado definitivamente. Este tipo de atitude pressupõe uma racionalidade onde o conhecimento é vitorioso.
Toda esta "pseudo" reflexão é apenas uma consideração ao benefício que a leitura pode trazer a todas as pessoas. Não é, como alguns dizem e, quiçá pensam em darem à leitura uma prda de tempo, sem benefícios imediatos. Ora esses tais "maus" benefícios não são de índole material, mas sim BONS, no sentido mais lato. A leitura pode levar as pessoas a utilizarem o que melhor existe na pessoa humana. Eleve o pensamento, a imaginação e a memória. Pelo que, desloca-nos de um ambiente real para locais, onde esse ambiente é, significatiamente diferente do local onde permanecemos normalmente.
A sua diversidade, isto é, a visão nova, quer no aspectoreal e presente, poderá empolgar os sentidos e estabelecer análises comparativas, onde a memória conjugada com a imaginação provocam, sem dúvida, o arquétipo de uma "mélange", onde está presente o belo e feio e o bom e o mau. Mas, também, o amor e o ódio. Bem como alguns sentimentos, de sinais iguais ou contrários.
Assim, nesta estrutura estará presente, em primeiro lugar a personalidade de cada ser humano. Onde a complexidade é permanente e, por isso, tornaesta abordagem bastante difícil, mas que, no entanto,além de fantástica é aliciante falar ou desenvolver o tema. Quase todas as pessoas, são levadas a este tipo de situações quando lêm um livro. Porém, não não se pode mencionar como certa a situação ou situações referidas, mas sim, aceitar que haja quebra neste pricípio. Uma coisa é certa, ler é, sem dúvida, um benefício. Dá mais conteúdo à análise, mesmo que empírica, de situaçõesinverisímeis ou obscuras. Isto é, no aspecto objectivo e/ou subjectivo, os resultados dos comportamentos poderão ter como base de entendimento o conhecimento ou a imaginação, então utilizados para a solução das situações presentes.
Então poderemos dar combate à IGNORÂNCIA que campeia na sociedade actual. E parafraseando o nosso grande sociólogo "António Sérgio", por sinal bastante esquecido das novas gerações, e, ignorado e pouco divulgado como homem da ciência social, que foi sem dúvida e ainda é, um dos garndes vultos da chamada nossa "inteligência". Ele nas sua variadíssimas reflexões disse: " os avanços da tecnologia tornam cada vez mais necessário a cultivação das forças morais ".
Entretanto faço esta pequena observação: o que escrevi até ao momento, não será novidade para alguns, mas parece-me que para outros é, totalmente, ignorado. Porquê? poder-se-á interrogar. Mas a resposta não virá célere. Essa pergunta gera, por norma, uma panóplia de questões, que por sinal se apresentam de molde a complicar, tendo por baseuma espécie de raciocínio cartesiano. Onde tudoé analisado da perpectiva do " cogito, ergo sum ". q que deveras é de um nível racionalista extremo. Ficando tudo relativizado àquele princípio. Assim sendo,escondido fica o sentido dado pelos professores quefazem com que a IGNORÂNCIA seja mantida durante omáximo tempo possível.
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